07/06/2011

~~Fuga.

Começou como um dia qualquer. Dia frio, cinza e chato, transbordando de tédio.
Mas por acaso começou a ganhar cor.
 Depois das cores vieram as palavras amigas, as vozes conhecidas, os sorrisos largos e/ou contidos e os elogios!
Elogios! Atenção direcionada para o tal.
Você é muito bonita”. Foi o elogio que mais se repetiu. Ardiam um pouco os lados do rosto ao ser pronunciado, mas era quente, e geralmente coisas que aquecem em dias cinza sempre são bem recebidas.
Depois de repetir-se pesou em sua cabeça. ‘Bonita... ’ E o que é beleza?
Seu estômago parecia sorrir constrangido conteve-se como se alguém ao seu redor pudesse ver um estômago sorrindo. Tolice pura, menina burra!
Voltou então a sentir as contrações involuntárias e nauseantes. Contraía-se e não era tão mais quente... Foi esfriando aos poucos até restar uma luz fria, o estômago agora ainda se contraía mais de uma estranheza sem igual, sem tamanho e quase não mais cabível dentro do seu corpo.
O que é bonito? Como descrever tal adjetivo?
O que é bonito para alguns, para tantos outros é feio e até angustiante... Mas de angústia não me cabe espaço. Não agora!
Foi percebido como um raio que corta o céu que não existe beleza em si. Nem dentro, nem fora, nem mesmo ao seu redor. Existe uma beleza idealizada, mas em lugar de vilã como escolheu a tanto, beleza não lhe era cabível.
Depois de encontrar sua verdadeira beleza, que certamente causará e permaneceria causando repulsa por quem viesse a conhecer sorriu. Sorriso largo, mudo, seco. Reconheceu-se... E gostou!
Com longos passos tentou sair do que lhe prendia ao dia lento. Fracassou.
À tarde (que parecia impossível ser mais cinza que a manhã) provou que quando algo é julgado impossível é por pura ignorância e falta de ‘conhecimento de causa’. O céu pesado ameaçava cair sobre sua cabeça a qualquer momento. E caiu! Ao menos um pedaço, depois de palavras tão suas saindo da boca d’outros.

Momento de constrangimento. Despida, com a face em chamas e olhos cansados; fugiu.


"Por que é que há de ser doloroso, por que é que há de ser forçosamente doloroso? Já sei: é a vida sem interrupção."
Sartre



Cheiro do dia: Folhas apodrecidas.

2 Comentários:

Poison Fashion disse...

Oioi Keilla :D
É a Laís aqui, do WP.
Estou te seguindo com o meu novo blog sobre moda em geral, passa lá depois. beijitooos

http://poison-fashion.blogspot.com

Anônimo disse...

que lindo *-* adorei flor, vc andou sumida ein? beijao :*

 
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