09/02/2010

~~Vida


Deslumbro-me a cada dia com a imensa capacidade humana de adaptação.
Aptos a mudanças lentas e bruscas seguimos o nosso caminho. Marchamos, vamos a diante. Caminhamos em busca de conquistar uma identidade única.
Novamente deslumbro-me. O que está ao nosso alcance é o que nós realmente queremos?
Será que nessa busca infinita por essa identidade única nós não nos perdemos pelo meio do caminho?
Confesso que perdi-me inúmeras vezes. Confundi-me. Tropecei. Até caí.
Descobri, ao passar dos anos, que cada vez que caímos levantamos mais fortes e aí quando vamos ficando mais velhos, as quedas vão desaparecendo e como por ventura nós permanecemos de pé.
Descobri também que a maioria das conquistas que temos depois de um tempo não muito longo perde o encantoe nós acabamos abandonando-as em algum canto empoeirado da memória ou as carregamos como fardos por anos a fio.
Não importa muito o caminho que trilhamos, no fim somos todos absolutamente iguais. Não importa muito o que buscamos e o que conquistamos. Chega uma idade que por mais que tenhamos sido merecedores e fiéis a nós mesmos nos sentimos tolos.
É disolador!
Levamos mais alguns daqueles “baita tombos” que levamos na juventude. Nos sentimos incapazes, indefesos e irresponsáveis.
Seguimos de cabeça erguida; fingimos que mal algum nos aflingiu ou aflingirá.
Perdemos objetos pessoais, bens materiais, pessoas que amamos. Nos abalamos, mas não podemos nos dá o direito de parar.
Por que parar? A vida continua, ela não vai esperar por nossa boa vontade! Então sorrimos para ela e seguimos.
A essa altura não buscamos mais coisa alguma e se por acaso buscarmos nem sabemos mais o que é ou o motivo por buscarmos aquilo. Apenas seguimos em frente.
Começamos a buscar as coisas para as outras pessoas já que não almejamos mais nada.
Lutamos juntos, buscamos juntos e no final ainda não foi o suficiente; por mais que tenhamos dado tudo e mais um pouco de nós.
Envelhecemos. Nos deparamos com uma série de pessoas buscando os mesmos objetivos pelos quais lutávamos. Dizemos a elas: “Acredite em você mesmo, você vencerá, você conseguirá!” Embora saibamos que tudo não passa de uma ilusão. O estímulo para conseguirmos por tanto tempo permanecer vivos!

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