10/04/2011

~~Menina.


A menina agora, em posição de moça, comportada e alheia às informações que recebia parecia tremendamente infeliz. Nunca havia ficado tão vulnerável a ponto de sentir dor. Dor ela sentira em ocasiões de submissão, vulnerável ela se sentia quase que diariamente, mas os dois de uma única vez? Era mais do que se podia suportar.
Ficar atônita as situações... Seria uma solução agradável?
Embora ninguém ao seu redor percebesse seu mal-estar ela numa fuga silenciosa apenas concordava com a cabeça com algumas frases e em tantas outras mantinha um sorriso meio empregado no canto esquerdo da boca, nada natural, aparentemente sentia alguma dor, um pequeno desconforto no estômago. Mas ela gritava! Gritava com tanta força que sua garganta sangrava, e ainda assim o seu sorriso não se desfazia.
Percebeu então, depois de uma mão pesada tocá-la e acordá-la do doloroso-real-sufocante-sonho que aquela ERA uma situação de submissão e vulnerabilidade. Estaria então explicada a dor?
O nó na garganta apertou-se mais no momento que sucedia. Aparentemente uma corda invisível circundava seu pescoço. O nó apertado tornava a respiração mais difícil. A corda de tantas vezes reajustada havia queimado sua pele. As cicatrizes eram intocadas, como pecados cometidos no passado. Como lembranças que são esquecidas para o próprio bem de quem estava ao seu lado.
Sentia-se impura, quase uma prostituta que não tinha sido paga depois de uma noite inteira de trabalho.
Era penetrada inúmeras vezes. Por lembranças, palavras e sorrisos de todos que estava ali presentes. Imunda! Doente!
Fechou os olhos por longo tempo. A dor cortante e quente se espalhava. Na garganta, por entre as pernas.
Um clarão pareceu irromper do céu. Abriu os olhos, nada havia acontecido. Todos pareciam permanecer em posição de conforto, mas a sua zona de conforto havia sido invadida, ela havia sido violentada. Menina burra!
Seguiram-se as horas. O clarão parecia se acentuar em algum lugar vindo do alto. Deu-se então conta de que vinha do céu. Era o sol! Mas então, a garganta seca que não mais emitia som doía ainda mais. Perguntava-se em algum lugar do seu cérebro “como encarar o dia?”.
Uma palavra chicoteou seu rosto. Como uma mão gorda. Deixou ali marcados, cinco grossos dedos, pulsantes e vermelhos. 

Ardia.



Cheiro do dia: Terra molhada.

3 Comentários:

Edi Reis disse...

Que texto maravilhoso!!
=)
Muito intenso!

bjo
http://feedbackpositivoagora.blogspot.com/

Fabi Penco disse...

Texto e imagem-Interligados.
Puxa, me desculpe! Fui tão lerda que nem notei que era seu niver...
Felicidades no seu niver,ontem, hoje e sempre...
bjos

Lucy Albieri disse...

Gostei do texto bemm pensativoo
Otima Semana *-*

Bjinhuss
Lucy Albieri

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