12/04/2011

~~Reforçando laços.


Hoje, depois de tantos anos de estudo e dedicação ao meu amado português, descobri que a língua permite que muitas palavras estejam corretas com flexões que ate então eram de total desconhecimento (meu, e estranheza minha), assim como algumas palavras que eu, em minha imensa ignorância e amor cego não me permitia jamais acreditar que se aplicava a um plural cabível.
Após tal desilusão, pensei. Não sei se com amor ou com tristeza após ter descoberto tal desilusão. Sentia-me traída! Como logo o português, ao qual dediquei tanto tempo desde a infância poderia fazer isso comigo? E como eu, nunca o reconheci de tal modo?
Escrever pra mim sempre tinha sido tarefa fácil, sempre as palavras vinham a mim sem grande esforço. Nunca me ocorreu de parar para pensar o motivo de elas chegarem assim, com pressa, se organizando numa ordem lógica, mas elas chegavam, e sempre fui grata a elas por isso. Sempre as amei. Mais que a mim mesma, pois através delas eu conseguia ser o que diante de nada mais eu seria.
Nunca havia me permitido doer, como no momento em que percebi o meu grande erro.
Depois de alguns minutos de reflexão, ainda pensando no que acabara de descobrir, descobri bem mais. Mas dessa vez partiu de mim, e só então percebi que nada abalaria minha relação amorosa nutrida por anos a fio pela minha paixão cega.
Encontrei-me falha, e percebi que embora possa me parecer feia (a língua) ela é perfeita!
Ao contrário da pessoa que sou que num primeiro momento pensei em desistir dela, ela jamais desistiu de mim. E eu, ao seu contrário, já me mostrei infiel, falha, errônea e feia de verdade! Mas ainda assim, ela sempre se manteve ao meu lado.
Nesse momento de descobrimento, concluí ainda que ser só de singular é ser só em demasia. Nunca fui de todo singular, então como exigiria isso dela? Senti-me mal, e ainda assim bem! Vi que até meus sentimentos eram compostos de uma pluralidade ambígua.
Senti-me mal por poder ter sido tão egoísta a ponto de não reconhecer o que a meu ver era feio. E senti-me bem por finalmente reconhecer o erro e tentar corrigi-lo.
Abri os braços no momento seguinte, pedi perdão a gramática. TODA ELA. Aos sujeitos, predicados e predicativos; incluí ainda uma declaração aos adjetivos e substantivos, só para (re) começar bem o dia.
Fiz um trato com eles e assim entramos em acordo. Ela (a língua) disse que me perdoaria, mas em troca eu lhe daria uma festa. Assim farei. Essa noite, nós duas ficaremos bêbedas e comeremos grãos de arrozes para selar (definitivamente) essa aliança inquebrável.




Cheiro do dia: Carga de aprendizagem. Papel fresco.

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