28/02/2013

~~ Dos sonhos sonhados: O real.


Eu sabia que era muita loucura acreditar em tudo o que via e sentia, sabia que o mundo não era exatamente como se apresentava aos meus olhos, porém, era envolvente demais para simplesmente virar as costas.
(...)
O som da faca que cortava a carne num instante depois cortava a minha pele e em seguida os meus ossos, não demorou para perceber que naquele momento eu era a faca! Eu era um turbilhão. Um vulcão!
(...)
Eu me misturava com o vento frio que entrava pela porta entreaberta da cozinha. E num instante seguinte sequer existia uma cozinha.
...De todos os pensamentos e sonhos que se passava em minha mente eu sabia já ter tido e vivido todos eles! Encontrar-me em um lugar escondida entre um sonho e outro me foi tão natural que eu não me assustava com a minha face vinda do outro lado. Nem mesmo com a realidade me pondo de frente comigo, fazendo com que eu me enxergasse de frente, ou com a obrigação e o peso dos meus próprios olhos que me encaravam a cada passo dado.
Tudo parecia fazer parte de sonhos ou vivências da minha infância. E eu realmente não conseguia mais separar o que era sonho do que era real ou do que havia sido real um dia, pois eu sabia que se insistisse nessa busca chegaria ao nada, e me conformei com o que vivia no momento dado. Naquele mero instante, era real, então, concluí que eu estava vivendo, e não havia necessidade alguma de trazer tais vivências não vividas para a realidade já que tudo ali, naquele minúsculo espaço entre eu e eu (Um eu que até então acreditava conhecer, e o outro eu, o que me observava), se fazia real. Tudo o que já existiu, existe, e existirá (em mim) nunca existiu! Concluí assustada ao perceber que sou real e que existo.






Os meus sonhos caíram por terra. Acordei.


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