07/12/2011

~~04/02/2010

Pego uma caneta, abro o caderno numa folha qualquer. Deito de bruços apoiada em alguns travesseiros e coloco-me a imaginar possíveis assuntos para escrever.
Ouço o som do ventilador ligado, um tic-tic repetitivo do mouse e do teclado do computador, uma voz distante vinda da TV do quarto do lado...
Obrigo-me a pensar em alguma coisa. Nada vem em mente. Rabisco qualquer coisa mesmo que não tenha valor sentimental depois.
Manuseio a caneta displicente; vez por outra paro; olho para o lado, mecho em meus cabelos...
A caneta falha; busco outra. Olho o teto. O teto de gesso meio escurecido em partes devido ao mofo de um inverno não tão distante. Acima da cama, ainda no teto, estrelinhas adesivas daquelas que brilham no escuro. Lembrei-me de quando era criança, é uma lembrança vaga; não me esforço para lembrar de nada específico.
Sento-me.
Tenho a impressão de que cada vez que nos concentramos mais em algo, essa atenção é desviada e NUNCA alcançamos o objetivo final. Ouço até o Tic-tac do relógio e nenhum pensamento concreto em mente.
A beleza da escrita se dá justamente na frustração que a pertence. Nunca somos totalmente fiéis a nossos sentimentos quando tentamos expressa-los e eles são bonitos por serem falhos.
Depois de algum tempo concluo:
“Não conseguirei escrever nada.”
E finalmente me dou conta de que eu escrevi! Meus rabiscos sem nexo estão formando frases diante de mim. Esboço um sorriso. Estou aqui!


P.S. - Esse texto já se encontra no blog.

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