Na medida em
que os anos foram passando fui abrindo mão de coisas que me faziam ser quem eu
era. Foram roupas, cores, detalhes; um corte diferente no cabelo, uma maquiagem
diferente, um olhar só meu. Comecei a abrir as possibilidades daquilo que eu
enxergava e na minha tola ilusão acreditei que de fato eu estava vendo mais,
estava vendo além e estava me tornando uma pessoa melhor e maior, com mais
conteúdo, mais conhecimento, mais idade além do mais... Idade, o que sempre
usei como motivo-ponte para justificar tais mudanças. Agora vejo que, mudei, é
fato, mas muitas das mudanças adquirias por mim no passar desse tempo não foi
por escolha, foi simplesmente abandono!
Doeu, passa.
Caiu, passa.
Sorriu, também
passa.
E muitas das
coisas que eu abandonei pelo caminho eram essências para a pessoa que sou.
Foram essas coisas que me fizeram ter a visão de mundo que tenho agora, então
de certa forma essas coisas também são eu, ou ao menos me fizeram ser eu... Pedacinhos
que foram se soltando e em seus lugares pedaços novos foram se encaixando,
assim, meio tortos, mas aparentemente supriam uma falta da qual eu não me dava
conta. “Tá faltando peça no quebra-cabeça.”
Sem lamentos
por quem fui-sou, sou eu, independente dos abandonos e tropeços. Mas de fato,
tem coisas que não fazem sentido ficar perdidas no passado como se em momento
algum tivessem tido importância em minha vida só porque em algum momento não
foi do meu agrado. Quero guardar algo bom, acredito que tirando o bom (ao
menos) dessas coisas todas que foram sido deixadas pra trás e se aglomerando no
canto da minha vida eu vou seguir mais leve. Até por que, se for pra falar de
culpa, em momento algum fui eu que carreguei a culpa e no fim eu que tive de
abrir mão... Hoje parei pra pensar e simplesmente não consigo compreender!
Sem apontar
dedos na cara de NINGUÉM, afinal, eu quem abri mão, nisso senhor ninguém tem
parcela de culpa, só eu, que movida pela raiva na maioria das vezes passei por
cima sem nem olhar os cacos do que também era eu.
“Novos horizontes
Se não for isso, o que será?
Quem constrói a ponte
Não conhece o lado de lá
Quero explodir as grades
E voar”
Se não for isso, o que será?
Quem constrói a ponte
Não conhece o lado de lá
Quero explodir as grades
E voar”
Escutava isso no início da minha
adolescência e fazia tanto sentido... Hoje, ouvi por pura teimosia e depois de
tantos anos (ainda) me reconheci.
Cheiro do dia: Uma ideia!
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