15/08/2012

~~Past


Na medida em que os anos foram passando fui abrindo mão de coisas que me faziam ser quem eu era. Foram roupas, cores, detalhes; um corte diferente no cabelo, uma maquiagem diferente, um olhar só meu. Comecei a abrir as possibilidades daquilo que eu enxergava e na minha tola ilusão acreditei que de fato eu estava vendo mais, estava vendo além e estava me tornando uma pessoa melhor e maior, com mais conteúdo, mais conhecimento, mais idade além do mais... Idade, o que sempre usei como motivo-ponte para justificar tais mudanças. Agora vejo que, mudei, é fato, mas muitas das mudanças adquirias por mim no passar desse tempo não foi por escolha, foi simplesmente abandono!
Doeu, passa.
Caiu, passa.
Sorriu, também passa.
E muitas das coisas que eu abandonei pelo caminho eram essências para a pessoa que sou. Foram essas coisas que me fizeram ter a visão de mundo que tenho agora, então de certa forma essas coisas também são eu, ou ao menos me fizeram ser eu... Pedacinhos que foram se soltando e em seus lugares pedaços novos foram se encaixando, assim, meio tortos, mas aparentemente supriam uma falta da qual eu não me dava conta. “Tá faltando peça no quebra-cabeça.”
Sem lamentos por quem fui-sou, sou eu, independente dos abandonos e tropeços. Mas de fato, tem coisas que não fazem sentido ficar perdidas no passado como se em momento algum tivessem tido importância em minha vida só porque em algum momento não foi do meu agrado. Quero guardar algo bom, acredito que tirando o bom (ao menos) dessas coisas todas que foram sido deixadas pra trás e se aglomerando no canto da minha vida eu vou seguir mais leve. Até por que, se for pra falar de culpa, em momento algum fui eu que carreguei a culpa e no fim eu que tive de abrir mão... Hoje parei pra pensar e simplesmente não consigo compreender!
Sem apontar dedos na cara de NINGUÉM, afinal, eu quem abri mão, nisso senhor ninguém tem parcela de culpa, só eu, que movida pela raiva na maioria das vezes passei por cima sem nem olhar os cacos do que também era eu.


“Novos horizontes
Se não for isso, o que será?
Quem constrói a ponte
Não conhece o lado de lá
Quero explodir as grades
E voar”

Escutava isso no início da minha adolescência e fazia tanto sentido... Hoje, ouvi por pura teimosia e depois de tantos anos (ainda) me reconheci.




Cheiro do dia: Uma ideia!

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