E a mente que queimava como se um
sol nascente surgisse no horizonte. Além das montanhas verdes cobertas pelo
pasto que se via pela sua janela.
O quarto era acolhedor. Em cima
da cama havia um lençol com as bordas cor de rosa, as paredes amareladas. Eram amarelas
por conta da tinta, mas o sol esquentava aquela casa.
E ainda havia coisa que não fazia
sentido.
Como seria possível a vida ser
tão previsível? Porque a grande necessidade de construir coisas das quais não
precisamos? E toda essa ideia de um ‘guardar para o amanhã’ se nem sabemos se
passaremos do hoje! Se devemos viver cada dia como se fosse o último/único,
então o que justifica as reservas futuras?
Tic-tac...
Tic-tac...
Tic-tac...
Tic-tac...
Tic-tac...
Tic-tac...
Os anos passam numa velocidade desmedida.
Paramos, olhamos para trás, pouco nos resta. Estamos à margem de alguma
situação desconfortável, pisamos em gelo fino com salto agulha, sabemos que o
chão pode desaparecer a qualquer momento, mas saímos rindo no final de cada
beco sujo e cheio de fumaça.
As roupas que nos apertam e nos
guardam dos olhares invasivos d’outros que atravessam a rua com pressa antes de
serem alcançados pela chuva.
Ai... E se chovesse!? E se...
Talvez fosse um túnel, e talvez,
quem sabe, houvesse uma luz no final. Clara, dourada, irradiante.
Por (muitas) vezes, parece que
mil pedras de gelo estão dentro do seu coração...
Cheiro do dia: Dúvidas.
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super me identifiquei, principalmente com esse trecho " Talvez fosse um túnel, e talvez, quem sabe, houvesse uma luz no final. Clara, dourada, irradiante.
Por (muitas) vezes, parece que mil pedras de gelo estão dentro do seu coração..."
parabéns pelo texto, beijo!
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