19/04/2013

~~ Correndo em círculos.



E a mente que queimava como se um sol nascente surgisse no horizonte. Além das montanhas verdes cobertas pelo pasto que se via pela sua janela.
O quarto era acolhedor. Em cima da cama havia um lençol com as bordas cor de rosa, as paredes amareladas. Eram amarelas por conta da tinta, mas o sol esquentava aquela casa.
E ainda havia coisa que não fazia sentido.
Como seria possível a vida ser tão previsível? Porque a grande necessidade de construir coisas das quais não precisamos? E toda essa ideia de um ‘guardar para o amanhã’ se nem sabemos se passaremos do hoje! Se devemos viver cada dia como se fosse o último/único, então o que justifica as reservas futuras?
Tic-tac...
Tic-tac...
Tic-tac...
Tic-tac...
Tic-tac...
Tic-tac...
Os anos passam numa velocidade desmedida. Paramos, olhamos para trás, pouco nos resta. Estamos à margem de alguma situação desconfortável, pisamos em gelo fino com salto agulha, sabemos que o chão pode desaparecer a qualquer momento, mas saímos rindo no final de cada beco sujo e cheio de fumaça.
As roupas que nos apertam e nos guardam dos olhares invasivos d’outros que atravessam a rua com pressa antes de serem alcançados pela chuva.
Ai... E se chovesse!? E se...
Talvez fosse um túnel, e talvez, quem sabe, houvesse uma luz no final. Clara, dourada, irradiante.
Por (muitas) vezes, parece que mil pedras de gelo estão dentro do seu coração...




Cheiro do dia: Dúvidas.



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Anônimo disse...

super me identifiquei, principalmente com esse trecho " Talvez fosse um túnel, e talvez, quem sabe, houvesse uma luz no final. Clara, dourada, irradiante.
Por (muitas) vezes, parece que mil pedras de gelo estão dentro do seu coração..."

parabéns pelo texto, beijo!

 
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